Jornal Correio Popular Notícia


A estrela errante

Data da notícia: 2023-12-04 17:26:41
Foto: Assessoria/Divulgação

Este artigo não trata de um planeta, que em grego significa errante (planetes) e era como se chamavam as estrelas não fixas do céu, mas de uma estrela invisível a olhos nus hoje e que se movimenta em nossa direção e tem até nome, Gliese 710.

É uma estrela laranja com 57% da massa do nosso sol e 58% do diâmetro, que gera energia por fusão de hidrogênio no seu interior. Hoje, está localizada na constelação da Cauda da Serpente, a 62,3 anos-luz da Terra e tem uma magnitude de 9,69. Ainda não foram detectados planetas orbitando essa estrela.

Está previsto que ela passe perto do Sol em cerca de 1,3 milhão de anos, a uma distância mínima projetada de 0,166 ano-luz, bastante próximo, considerando que a Proxima Centauri, uma das estrelas da Alfa-Centauro, a mais próxima, está a 4,25 anos-luz.
Nessa distância mínima, Gliese 710 teria um brilho semelhante aos planetas mais brilhantes, atingindo uma magnitude aparente de cerca de - 2,7, Júpiter chega a -2,9 e Vênus, -4,9, a estrela mais brilhante dos nossos céus é Sirius, com -1,68. Para entender essa medida, a Lua Cheia tem magnitude de -12,7 e o Sol de -26,7.

Os cientistas calculam que Gliese 710 passará a mais de dez mil vezes a distância do sol à Terra (distância chamada de Unidade Astronômica ou UA ou 150 milhões de quilômetros). Isso causará grandes perturbações na Nuvem de Oort.

A nuvem de Oort é uma vasta nuvem de planetesimais gelados (corpos de 100 metros a 100 km) ao redor do Sol a distâncias que variam de 2.000 a 200.000 UA (0,03 a 3,2 anos-luz).

Gliese 710 arremessará os planetesimais para todo lado, inclusive para o Sistema Solar interno, criando chuvas de cometas que durarão milhões de anos, fazendo com que na Terra sejam visíveis cerca de dez cometas por ano e, possivelmente, causando um evento de impacto com consequências semelhantes àquele que destruiu os dinossauros. E deve ser o evento mais catastrófico da existência do Sistema Solar.

Pensamos que o Sol esteja distante de outros sois ou buracos negros, mas isso não é verdade. Até 20 anos-luz de distância do Sol, já foram encontrados 131 desses objetos sendo que apenas 22 são brilhantes o suficiente para serem vistos a olhos nus (magnitude aparente de até 6,5). São 80 anãs vermelhas, 23 estrelas típicas com maior massa, 6 anãs brancas (estrelas que esgotaram todo o hidrogênio), 21 anãs marrons e uma subanã marrom (chamada WISE 0855-0714, possivelmente é um planeta órfão, estima-se que tenha 13 massas de Júpiter).

O sistema estelar mais próximo é o já citado Alfa-Centauro, composto de três estrelas. Depois, vem a Estrela de Barnard, uma anã vermelha, na constelação do Serpentário, descoberta em 1916, a 6 anos-luz. Então, vem Luhman 16, a 6,6 anos-luz, composto de duas anãs marrons, seguido da citada WISE 0855-0714, a 7,3 anos-luz.

Finalmente, as anãs vermelhas Wolf 359 a 7,8 anos-luz e Lalande 21185, da Ursa Maior, a 8,3 anos-luz e a Sírius, estrela mais brilhante do céu (do grego seirios, brilhante), a estrela Alfa do Cão Maior, a 8,6 anos-luz. Oportunidades ou problemas futuros, a humanidade escolhe!

Fonte: Mario Eugenio Saturno




Compartilhe com seus amigos:
 




www.correiopopular.com.br
é uma publicação pertencente à EMPRESA JORNALÍSTICA CP DE RONDÔNIA LTDA
2016 - Todos os direitos reservados
Contatos: redacao@correiopopular.net - comercial@correiopopular.com.br - cpredacao@uol.com.br
Telefone: 69-3421-6853.